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PGR dá parecer contrário ao recurso da Prefeitura de Cuiabá para manter aumento do IPTU

PGR dá parecer contrário ao recurso da Prefeitura de Cuiabá para manter aumento do IPTU

Após derrubada da lei que atualiza a planta genérica, a prefeitura entrou com um recurso para suspender a decisão do Tribunal de Justiça. Supremo Tribunal Federal (STF) pediu a manifestação do Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu um parecer contrário ao recurso da Prefeitura de Cuiabá para manter a atualização da Planta de Valores Genéricos (PVG) e aumento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), em Cuiabá. A prefeitura entrou com uma liminar contra a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que derrubou a lei.

A manifestação é do Procurador-Geral da República Augusto Aras e foi assinada na sexta-feira (14).

Segundo o procurador, os elementos indicam a evidente desproporção na fixação da nova base de cálculo do IPTU e, por isso, indeferiu o pedido de suspensão da decisão do TJMT.

A Prefeitura de Cuiabá informou que não vai se manifestar sobre o caso.

Entenda o caso

 

A planta genérica do município foi atualizada através da majoração do valor do metro quadrado com a estimativa do valor vendido dos imóveis e terrenos das regiões urbanas de Cuiabá. A lei foi aprovada dia 30 de dezembro de 2022.

O valor do metro quadrado, dependendo da localização, teve aumentos em percentuais que variam entre 100% até 1.000%, em relação aos valores atuais. A Prefeitura alega que não há reajuste do IPTU há 12 anos.

O MPMT entrou com uma ação de inconstitucionalidade, no dia 15 de fevereiro, para suspender a lei que atualiza a planta de valores da área urbana. O MP disse que a norma aumentará o tributo de forma desproporcional, violando a capacidade contributiva do cidadão.

O Órgão Especial do TJMT suspendeu no dia 30 de março, a lei a que autorizou o aumento da cobrança do IPTU. Os desembargadores acataram por unanimidade o pedido e declararam a lei inconstitucional. Com isso, a prefeitura entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a determinação do Tribunal de Justiça.

Posteriormente, a Prefeitura de Cuiabá entrou com recurso no STF contra a decisão do TJMT. O STF determinou a intimação para manifestação do Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior, que ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei.

No documento entregue ao STF, o procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, explicou que o reajuste do IPTU para a grande maioria da população seria de forma exponencial e completamente “alheia à realidade econômica e à capacidade contributiva do cidadão”. Por isso, segundo ele, o MPE decidiu por derrubar o aumento feito pela prefeitura e aprovado pela Câmara de Vereadores.

“Cheguei a me deparar com um caso de 620% de aumento, mais especificamente, na Avenida Ayrton Senna da Silva, em que o valor do metro quadrado sofreu um sobressalto de R$ 25 para R$ 180”, explicou.

Ele ainda destacou que o reajuste proposto pela nova legislação não pode perder de vista a inflação acumulada no período, bem como o ganho remuneratório dos moradores, conforme a evolução do salário mínimo apurada desde a última atualização legislativa

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