Putin visita duas regiões na Ucrânia, Rússia pressiona Bakhmut
O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu com seus comandantes em duas regiões da Ucrânia que Moscou afirma ter anexado, enquanto as forças russas intensificaram bombardeios de artilharia pesada e ataques aéreos na cidade devastada de Bakhmut, no leste da Ucrânia.
O Kremlin disse que Putin participou de uma reunião de comando militar na região de Kherson, no sul da Ucrânia, e visitou um quartel-general da guarda nacional no leste de Luhansk na segunda-feira.
Putin ouviu relatos de comandantes das forças aerotransportadas e do grupo do exército de Dnieper, bem como de outros oficiais superiores que o informaram sobre a situação nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, no sul.
Nem o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, nem o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, se juntaram a Putin em sua viagem como medida de segurança, disse o Kremlin.
Um alto assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, foi ao Twitter para zombar da viagem de Putin como um “‘passeio especial’ do autor de assassinatos em massa nos territórios ocupados e arruinados para apreciar os crimes de seus asseclas pela última vez”.
Kiev e o Ocidente acusam as forças russas de cometer crimes de guerra em território ucraniano ocupado, o que Moscou nega.
Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk são as quatro regiões que Putin proclamou anexadas em setembro passado, após o que a Ucrânia disse serem referendos falsos. As forças russas controlam apenas parcialmente as quatro regiões.
As tropas russas se retiraram da cidade de Kherson, a capital regional, em novembro passado, e vêm reforçando suas posições na margem oposta do rio Dnipro em antecipação a uma contra-ofensiva ucraniana.
Embora vários líderes ocidentais tenham ido a Kiev para conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, desde a invasão das forças russas há 14 meses, Putin raramente visitou partes da Ucrânia sob controle russo.
No mês passado, ele visitou a Crimeia – anexada pela Rússia em 2014 – e a cidade de Mariupol, no sudeste, na região de Donetsk.
Uma ofensiva de inverno russa não conseguiu fazer muito progresso e suas tropas foram atoladas em uma série de batalhas no leste e no sul, onde os avanços foram incrementais e tiveram um custo enorme para ambos os lados.
ARTILHARIA PESADA
Os combates duram meses dentro e ao redor de Bakhmut, na região de Donetsk, com as forças ucranianas resistindo, apesar das reivindicações regulares da Rússia de terem tomado a cidade mineira.
“Atualmente, o inimigo está aumentando a atividade da artilharia pesada e o número de ataques aéreos, transformando a cidade em ruínas”, disse o comandante das forças terrestres da Ucrânia, general Oleksandr Syrskyi, em comunicado nesta terça-feira.
A captura de Bakhmut pode fornecer um trampolim para a Rússia avançar em duas cidades maiores que há muito cobiça na região de Donetsk – Kramatorsk e Sloviansk.
O chefe do grupo mercenário Wagner, que liderou a tentativa da Rússia de tomar Bakhmut, disse este mês que seus combatentes controlavam mais de 80% da cidade. Os militares da Ucrânia negaram isso.
A Rússia diz que sua “operação militar especial” na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, foi necessária para proteger sua segurança contra o que vê como um Ocidente hostil e agressivo.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais dizem que a Rússia está travando uma guerra não provocada com o objetivo de conquistar território.
‘IRRESPONSÁVEL’
Uma reunião de ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Sete no Japão condenou na terça-feira um plano russo de posicionar armas nucleares táticas de curto alcance em Belarus, um aliado de Moscou que faz fronteira com a Ucrânia.
Foi a primeira vez que a Rússia disse que colocaria armas nucleares no território de outro país desde o fim da Guerra Fria, três décadas atrás.
Em um comunicado ao final de uma reunião de três dias no Japão, os ministros das Relações Exteriores do G7 disseram: “A retórica nuclear irresponsável da Rússia e sua ameaça de implantar armas nucleares na Bielo-Rússia são inaceitáveis.”
“Qualquer uso de armas químicas, biológicas ou nucleares pela Rússia traria consequências severas”, disseram.
O G7 agrupa Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá, que impuseram sanções econômicas à Rússia devido à invasão da Ucrânia.
A guerra na Ucrânia matou dezenas de milhares de pessoas, destruiu cidades, forçou milhões a deixar suas casas e abalou a ordem de segurança global, inclusive ao levar a Rússia a fortalecer os laços com atores não ocidentais, como a China.
O ministro da Defesa da Rússia, Shoigu, disse a seu colega chinês, Li Shangu, durante conversas em Moscou na terça-feira que a cooperação militar de seus países é uma força “estabilizadora” no mundo e ajuda a reduzir as chances de conflito.
Li disse que sua viagem visa mostrar ao mundo que a China pretende firmemente fortalecer sua cooperação estratégica com a Rússia, informou a agência de notícias TASS.
Pequim se absteve de criticar a invasão de Putin na Ucrânia.
O Kremlin também elogiou na terça-feira os esforços do Brasil para mediar o conflito na Ucrânia. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva atraiu críticas dos EUA por sugerir que o Ocidente estava “encorajando” a guerra ao armar a Ucrânia.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa japonês disse que embaralhou um caça a jato em resposta ao que disse serem aeronaves russas coletando informações nos mares próximos ao Japão. Mais cedo, a Rússia disse que dois de seus bombardeiros estratégicos – que são capazes de transportar ogivas nucleares – realizaram voos de patrulha sobre o Mar de Okhotsk e o Mar de Bering, no Extremo Oriente da Rússia.
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