Dona de cadela que morreu por superaquecimento de manta térmica diz que ficou sabendo de queimaduras após 24h
Charlote tinha 8 anos e foi internada para uma cirurgia de retirada de olho. A manta térmica superaqueceu e causou queimaduras no corpo da cadela. Ela morreu 17 dias depois.
A tutora de Charlote, cadela da raça Shith-tzu que morreu após ter o corpo queimado por uma manta térmica, afirmou que entrou em contato com a clínica veterinária para saber notícias do animal após o procedimento de retirada do olho, mas que só foi avisada sobre as queimaduras causadas na cadela no dia seguinte, quando foi buscá-la.
Segundo Eliane Aparecida, ela era muito apegada à cadela e a tratava como uma filha. Agora, está tendo dificuldades para ficar em casa.
“Parecia que eu sabia que tinha alguma coisa errada. Fiquei ligando para lá e não me avisaram o que tinha acontecido. Fiquei sabendo das queimaduras só quando fui buscar a Charlote. Tá um buraco muito grande”, relatou.
A filha da tutora afirmou que também está muito abalada, pois passava o dia inteiro na casa da mãe brincando com o animal.
“Não estou conseguindo ir para a casa da minha mãe, estou ficando na minha sogra, foi um descaso muito grande”, disse Juliana.
Nesta terça-feira (2), a tutora e a família foram até a Câmara dos Vereadores para pedirem leis mais rígidas em casos de crimes contra animais. “A gente espera por justiça, por todas as Charlotes”, afirmou a tutora.
A delegada responsável pelo caso, Liliane Murata, contou que os responsáveis pela clínica serão ouvidos ainda essa semana. “No dia seguinte a morte da Charlote foi realizada uma perícia complementar, estou aguardando o laudo”, disse.
Charlote morreu na sexta-feira (28) — Foto: Arquivo pessoal
Entenda o caso
Uma cadela da raça shih-tzu morreu, nessa sexta-feira (28), após ter o corpo queimado por uma manta térmica. Charlote foi levada para uma clínica veterinária, em Cuiabá, para fazer uma cirurgia no olho, no dia 11 de abril e, durante o procedimento, houve um superaquecimento da manta causando queimaduras no cão.
A família disse que o veterinário deu alta à cadela e receitou uma pomada comum para queimaduras. Ao colocar o animal no carro, a família notou que Charlote chorava muito, momento em que um funcionário levou o cão de volta para a clínica.
Segundo a filha da tutora, ao entrar para vê-la, notou que ela não tinha recebido nenhum tratamento e decidiram retirar Charlote da clínica e levar para outro estabelecimento veterinário. Já em tratamento no outro local, a cadela morreu de parada cardíaca.
O que diz a clínica
A Clínica Veterinária Bendita Pata informou por meio de nota que Charlote estava sob efeitos de medicações, como anti-inflamatório, antibiótico e analgésicos. Segundo o estabelecimento, a direção está apurando o ocorrido e tomando as providências necessárias para entender o que aconteceu com a paciente e se dispôs a arcar com os gastos na outra clínica.
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