COP29: Países entram em acordo sobre mercado de carbono global
Negociações estavam previstas para terminar na sexta-feira (22), mas impasse sobre valor do financiamento trava as negociações do documento final. Texto precisa de aval dos 198 países-membros da conferência.
Os países participantes da 29ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP29, entraram em acordo sobre o estabelecimento de um mercado global de carbono.
Um dos pontos centrais da COP29, no entanto, que é o financiamento direto para o combate ao aquecimento global, permanece como impasse, já que os países mais desenvolvidos querem se comprometer com um um valor menor do que aquele pedido pelas outras nações
O acordo sobre o mercado de carbono, alcançado quase dez anos após o início das negociações internacionais sobre a sua formação, dependia de meios para garantir a credibilidade do sistema para que este levasse de fato a reduções nas emissões que causam as alterações climáticas.
Os créditos de carbono são criados por meio de projetos como a plantação de árvores ou a construção de parques eólicos em países menos desenvolvidos, que recebem um crédito por cada tonelada métrica de emissões que reduzem ou sugam da atmosfera. Outros países ou até mesmo empresas podem comprar esses créditos para ajudar a alcançar os seus objetivos climáticos.
A cúpula deveria terminar na sexta-feira (22), mas teve que prorrogar sua duração enquanto negociadores de quase 200 países tentam chegar a um acordo sobre um plano de financiamento climático para a próxima década.
Durante a reunião, os ânimos se exaltaram. As delegações dos pequenos Estados insulares e dos países em desenvolvimento chegaram a abandonar a reunião para protestar contra o projeto de acordo que estava sendo preparado.
“Consideramos que não fomos ouvidos”, declarou Cedric Schuster, enviado de Samoa em nome da aliança dos pequenos Estados insulares (Aosis).
Além disso, segundo a apuração do jornal “The Guardian”, a Arábia Saudita teria feito alterações diretas em um texto oficial da negociação que “incentiva as partes a considerarem caminhos de transição justos no desenvolvimento e implementação de NDCs, NAPs e LT-LEDSs”.
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